Aposentadoria para Médicos: Como funciona? (Guia Completo)
Se tudo der certo, você vai chegar aos 80 anos.
É o que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está apontando: o brasileiro está vivendo mais.
E, se tudo ocorrer bem, quem é novo na Medicina, por exemplo, não vai precisar trabalhar no mesmo ritmo que trabalha hoje, aos 30 ou 40 anos.
Mas para isso, é preciso fazer um planejamento previdenciário, de preferência logo no início da carreira.
E quando se fala de previdência, é importante ressaltar: a aposentadoria é o seguro da velhice.
Mesmo que você seja um pouco pessimista e pense que “nunca vai se aposentar”, devido às idas e vindas da Reforma Tributária do Brasil, você precisa planejar o futuro financeiro.
Existem boas opções, como INSS, previdência privada, consultoria financeira – ou uma combinação de todas elas – e todas se aplicam aos médicos brasileiros.
Quer saber mais sobre aposentadoria para médicos e garantir tranquilidade e descanso depois de anos trabalhando?
Acompanhe o artigo e tire todas as suas dúvidas.
(Artigo criado em colaboração com o Advogado Rodrigo Rodrigues, parceiro da MedAssist.)
5 opções de aposentadoria para médicos
1. Aposentadoria pelo INSS
A aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é um benefício concedido aos trabalhadores que contribuíram para o sistema previdenciário durante a vida laboral.
O processo de solicitação e os critérios para a concessão variam de acordo com o tipo de aposentadoria – aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez e aposentadoria especial.
Tanto a aposentadoria por tempo de contribuição como por idade tem exigências, como tempo mínimo de contribuição e idade mínima.
No Brasil, atualmente, a regra considera a idade mínima de 65 anos para homens e 62 para as mulheres, e um tempo de contribuição de 15 anos para ambos.
A aposentadoria por invalidez exige a comprovação da incapacidade permanente para o trabalho.
Já a aposentadoria especial pode ser concedida a trabalhadores expostos a agentes nocivos à saúde, como ruído excessivo ou produtos químicos.
Em alguns casos, o médico pode conseguir a aposentadoria especial.
Para se aposentar pelo INSS, a contribuição deve ser feita mensalmente:
De forma compulsória, quando o funcionário é contratado pelo regime CLT, ou de forma autônoma, quando o trabalhador tem outro regime de contratação (PJ, por exemplo) e opta por contribuir.
A aposentadoria pelo INSS é regida pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS), destinado a trabalhadores do setor privado.
O regime inclui empregados formais, autônomos, contribuintes individuais, segurados especiais, entre outros.
2. Aposentadoria vinculada aos entes públicos
A aposentadoria dos servidores públicos é regida pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
Há diferenças na forma de contribuição e nos critérios de contribuição de benefícios.
Se você for um médico do município ou do estado, pode se inserir nesse regime.
Uma das principais diferenças entre o RGPS e o RPPS é a aposentadoria compulsória, que ocorre quando o servidor atinge a idade limite para permanência no serviço público, mesmo que não tenha atingido os requisitos para aposentadoria voluntária.
Essa opção ocorre com frequência nos órgãos de segurança pública.
Além disso, alguns entes federativos adotaram regimes de previdência complementar para os servidores, a fim de equilibrar as contas e oferecer benefícios mais sustentáveis a longo prazo.
3. Planos de previdência privada
Os planos de previdência se dividem em duas categorias – aberta e fechada.
A previdência complementar aberta é acessível a qualquer pessoa.
Regulada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), essas previdências são geridas e administradas pelos bancos.
Já a previdência complementar fechada é regulada pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e restrita a grupos específicos, como associações de classe.
Se você faz parte de alguma associação médica, por exemplo, a previdência complementar fechada pode ser uma ótima opção.
Há algumas diferenças, também, entre as previdências privadas.
O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é um tipo de plano de previdência complementar oferecido por instituições financeiras.
Sua principal característica é a possibilidade de ser utilizado como benefício fiscal.
Ou seja, os valores investidos durante um ano podem ser abatidos do Imposto de Renda em até 12% da renda bruta anual, desde que o contribuinte faça a declaração completa.
Nessa modalidade, o investidor pagará imposto de renda sobre o total do valor investido ao longo do tempo e somente quando houver resgate ou recebimento de benefícios.
Já o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é um plano de previdência semelhante ao PGBL.
A diferença é que ele não permite o abatimento do Imposto de Renda na declaração anual.
A tributação ocorre somente sobre os rendimentos e não sobre o valor total, como o PGBL.
4. Investimentos
Além das modalidades mais tradicionais de previdência, como a pública e a privada, o médico pode optar por diversificar os investimentos para garantir capital futuro.
- Imóveis;
- Franquias;
- Ações e fundos imobiliários.
Os investimentos no mercado de ações normalmente são feitos com o auxílio de um assessor de investimentos ou de um consultor financeiro.
O assessor ou agente de investimentos auxilia os clientes a montarem uma carteira de investimentos, de acordo com o perfil e com os objetivos de vida.
São profissionais especialistas em investimentos – e você certamente estará bem orientado.
No entanto, os assessores de investimentos trabalham com taxa de rebate – um percentual usado para pagar esse tipo de profissional.
Quem regulamenta as regras de remuneração é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
É importante, claro, criar uma relação de confiança com o profissional, a fim de que essas trocas sejam justas.
Enquanto a função do assessor de investimentos é mais focada em ajudar os clientes a tomar decisões relacionadas a investimentos – como a seleção de ações, títulos, fundos, etc.
O consultor financeiro oferece mais opções de serviços financeiros, como:
- Orçamentos;
- Seguros;
- Planejamento tributário;
- Aposentadoria;
- Gestão de finanças pessoais.
O consultor financeiro não trabalha com rebate, mas pode cobrar um percentual vinculado ao patrimônio do cliente, por exemplo.
📚 Saiba mais: Investimentos para Médicos: Guia definitivo para aprender a investir (2024)
5. Seguro de vida resgatável
O seguro de vida resgatável é um seguro – que pode ser visto, claro, como um investimento – pago mensalmente.
Há a possibilidade de resgate do valor, mas a rentabilidade é baixa.
Digamos, por exemplo, que você fez um seguro para 20 anos e, depois de passados 10, você sofre um revés financeiro e precisa resgatar parte do valor.
Isso vai fazer com que a rentabilidade do valor diminua consideravelmente.
No entanto, o seguro de vida funciona para o caso de imprevistos que afastem o médico das atividades laborais.
Se você quebrar um braço, por exemplo, o seguro vai providenciar uma indenização para que você não fique todo esse tempo desassistido.
Confira algumas seguradoras que oferecem esse serviço:
Aposentadoria com múltiplos vínculos
O lado bom é que o médico pode optar por vários tipos de aposentadoria.
Por exemplo, se o médico tiver contribuído com o INSS e satisfeito as exigências legais, de alguma maneira ele vai receber esse valor ao se aposentar.
Ao mesmo tempo, o médico pode investir em uma previdência privada e diversificar os investimentos, comprando alguns imóveis.
Você não precisa focar em apenas uma renda de aposentadoria – há infinitas possibilidades de planejamento de capital para o futuro.
Diversificar, inclusive, é altamente recomendado.
Afinal, se você contribuir com o INSS tendo como base o salário de contribuição, provavelmente receberá muito menos na aposentadoria do que o padrão de salário da vida ativa.
Se esse for o caso, pode ser difícil manter o mesmo estilo de vida quando você se aposentar.
Por isso, procure se organizar financeiramente para fazer contribuições adicionais como PJ, por exemplo, a fim de alcançar ao menos o teto de contribuição (R$7.786,02), e consequentemente, maximizar o valor da aposentadoria no futuro.
E ainda assim, considerando o valor máximo de contribuição, ele pode ser muito discrepante com o que você ganha mensalmente exercendo a profissão.
Sem contar que, para receber o valor equivalente ao teto, você tem que ter contribuído com essa quantia durante todo o período trabalhado.
Por isso, é altamente recomendável investir em uma previdência privada ao mesmo tempo, por exemplo.
Assim você tem um complemento ao valor da contribuição.
E vamos além: se a sua expectativa é ter um benefício maior na aposentadoria, a melhor alternativa é fazer um planejamento previdenciário.
Sabemos que todo esse assunto é um pouco complicado – e ninguém quer pensar na velhice no auge da vida laboral.
Mas, assim como para andar de moto, o acessório no qual você mais deve investir é o capacete, pois protege a cabeça – a parte mais importante do corpo – a previdência também é importante para a sua vida.
Afinal, ela não serve apenas para você se aposentar, mas para qualquer situação: ela serve como um seguro e proteção para o seu futuro.
A boa notícia é que você não precisa lidar com esse assunto sozinho.
Você deve contar com o auxílio de um escritório de contabilidade e advogados focados nos profissionais da área da saúde, como a MedAssist.
Nosso time entende do mercado médico e da rotina desses profissionais, conseguindo indicar as melhores possibilidades para a realidade de cada um.
Como fazer o seu planejamento previdenciário
Primeira dica: não tente fazer esse planejamento financeiro e previdenciário sozinho!
Você dificilmente terá o tempo necessário para conseguir se aprofundar nas possibilidades.
E pode acabar optando por possibilidades que não são as melhores, justamente por falta de informação.
Assim que você se formar – e, portanto, começar a ganhar algum dinheiro –, busque profissionais especialistas em contabilidade para médicos para cuidar dessa parte da sua vida.
Planejamento financeiro desde o início da vida laboral é fundamental!
Por mais que você possa querer ter mais dinheiro no bolso na juventude, você vai sentir falta dessa economia no futuro.
Como os vencimentos normalmente são altos e a vida é muito atribulada, é normal que esse planejamento fique em segundo plano.
Mas, atenção: o valor da aposentadoria está diretamente ligado ao montante e ao período de contribuição.
Ou seja, o que o médico faz hoje é o que vai nortear o valor que ele receberá na aposentadoria.
Então, a pergunta que você deve fazer hoje não é quanto você quer ter em mãos, e sim quanto você quer ter para usufruir na velhice.
Não caia na cilada de depender apenas do INSS – especialmente considerando que, como médico, você provavelmente tem condições de se organizar e de investir em uma previdência complementar.
Busque auxílio para tomar essas decisões.
E se você já está perto de se aposentar mas ainda não buscou ajuda especializada para isso, não hesite:
Mesmo tarde, um profissional sempre vai te indicar os melhores caminhos.
Um planejamento financeiro deve levar em conta a carreira específica do médico, as expectativas de renda na aposentadoria e as melhores estratégias para maximizar os benefícios.
Sucessão: parte importante do planejamento previdenciário médico
Sabemos que você, no auge da vida profissional, não quer nem saber de aposentadoria e velhice.
No entanto, se tudo der certo, você vai entrar para a estatística e acabar desfrutando da vaga especial para idosos nos estacionamentos.
Se você chegar aos 70 anos sem nenhuma previsão de renda além do INSS, pode se ver em maus lençóis.
Afinal, como sustentará o estilo de vida que levou durante a vida laboral?
Além da aposentadoria do médico, terá reflexo na sucessão patrimonial.
Busque auxílio de uma consultoria contábil especializada, como a MedAssist, para entender os aspectos jurídicos sucessórios.
Esse processo é um pouco burocrático – e envolve impostos que podem ser altos, como o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), o famigerado imposto sobre heranças.
O ITCMD é um tributo estadual que incide sobre a transferência de bens móveis, imóveis e direitos por herança em caso de falecimento ou doações.
Em São Paulo, por exemplo, o ITCMD é de 4%.
Ou seja, se o médico tem R$1 milhão de patrimônio, na sucessão, a família terá de pagar R$40 mil em impostos.
Uma tendência entre os médicos para driblar esses impostos é a abertura de uma holding patrimonial.
Uma holding patrimonial é, basicamente, uma empresa constituída para receber, organizar, proteger e gerir os bens de uma ou mais pessoas.
Além disso, também é um instrumento para a aquisição de bens que somem ao seu patrimônio.
A holding é constituída por questões fiscais, gestão do patrimônio e também para planejar e facilitar o processo sucessório.
Pode ser uma boa ideia, não é mesmo?
Médico pode exercer a profissão depois de aposentado?
Se o médico se aposentar pela aposentadoria especial no INSS, ele poderá continuar trabalhando em atividade sem insalubridade.
Caso tenha se aposentado pela regra comum, o médico poderá trabalhar normalmente, ou seja, com a insalubridade típica da medicina.
O médico também pode optar por buscar a concessão da aposentadoria especial, sacar os atrasados e suspender o benefício para continuar exercendo a atividade com aquele grau de insalubridade.
Assim, quando quiser parar de trabalhar, poderá reativar a aposentadoria.
Para as previdências privadas, o médico consegue estabelecer uma data para começar a receber os benefícios, mas pode continuar trabalhando normalmente.
Se você preferir não se aposentar e permanecer trabalhando, é possível conferir o direito ao abono de permanência.
Trata-se de um direito adquirido depois de 25 anos de exercício da profissão.
Você está aposentado e sem preocupações: já imaginou?!
O brasileiro não é muito conhecido pela capacidade de planejar e evitar riscos.
Pelo contrário – normalmente, o brasileiro tem uma habilidade incrível em driblar os perrengues.
No entanto, você não precisa passar nenhum sufoco ao se aposentar!
A MedAssist está aqui para ajudar você a organizar sua vida financeira – tanto na contabilidade do dia a dia como no planejamento previdenciário.
Nossa equipe é formada por advogados tributaristas e contadores experientes que atendem mais de 5 mil médicos em todo o Brasil.
Nossos profissionais estão preparados para auxiliar você em aspectos societários, contábeis e fiscais.
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