Como conseguir plantão médico: 8 dicas para começar

Para os fãs de Grey’s Anatomy ou da mais recente The Pitt, o plantão médico parece algo garantido — basta você ser contratado pelo hospital e lá estará, cumprindo horas e horas como plantonista. 

A verdade é que os plantões médicos avulsos são uma das principais portas de entrada para quem deseja ganhar experiência e estabilidade financeira.

Eles também ajudam a ganhar reconhecimento, abrindo caminho para oportunidades em grandes hospitais.

Além disso, dependendo do momento da carreira do médico, os plantões podem ser uma maneira rápida de juntar um dinheiro extra. 

Existem alguns caminhos que podem facilitar essa jornada, como um bom networking e atualização constante. 

Reunimos, abaixo, algumas dicas valiosas de como conseguir plantão médico — seja você um médico recém-formado ou que busca uma renda extra. 

8 dicas valiosas de como conseguir plantão médico

1. Constitua um CNPJ

Em primeiro lugar, caso você ainda não tenha um, você terá de abrir uma pessoa jurídica — o famoso CNPJ médico. 

Isso porque muitos hospitais e clínicas contratam médicos para prestar serviços de plantonista, sem vínculo formal. 

Isso significa que você poderá prestar serviços a vários hospitais ou clínicas e, até mesmo, atender pacientes particulares, caso tenha.

Além disso, o processo de contratação — e de quebra de vínculo, caso você não queira mais trabalhar nesse local — é muito menos burocrático do que um contrato CLT. 

Você não é obrigado a abrir um CNPJ para atuar como plantonista, é claro – apesar de que muitos contratantes acabam condicionando a contratação a ter um CNPJ médico já constituído.

No entanto, como profissional liberal, pode escolher entre atuar de forma autônoma. 

Atuar sem CNPJ, porém, pode não ser a opção mais vantajosa — afinal, mais comum, atualmente, é que o hospital exija esse tipo de modalidade de contratação, a fim de pagar menos impostos trabalhistas.

Com um CNPJ, caso você seja um coordenador, você também pode receber o convite para constituir o seu próprio grupo hospitalar, modalidade que vem ganhando força entre os profissionais e sobre a qual detalhamos a seguir.  

Por fim, além das múltiplas possibilidades de vínculos, com um CNPJ você pode pagar menos impostos.

Isso porque, com o CNPJ médico, você poderá escolher o regime tributário que mais faz sentido para o seu modelo de trabalho.

E, se for bem assessorado por uma consultoria de contabilidade para médicos como a MedAssist, pode conseguir reduzir a carga tributária e gastar menos com impostos.

2. Faça parte de grupos hospitalares

Muitos hospitais preferem contratar grupos hospitalares, responsáveis pelos plantões, do que médicos individualmente, mesmo que na modalidade pessoa jurídica. 

Então, pode ser bem interessante fazer parte de um grupo hospitalar — assim, você será indicado a cobrir plantões sempre que houver necessidade. 

Boa parte dos grupos hospitalares são contratados via licitação, mas há a possibilidade de contrato via indicação e até mesmo contratos de emergência, tanto com o poder público (SUS) ou nas redes privadas. 

Ou seja, se você for vinculado a um grupo hospitalar, a chance de conseguir emplacar vários plantões aumenta.

Inclusive, se você estiver como plantonista de um grupo hospitalar e fizer um ótimo trabalho, pode ser convidado a coordenar outras áreas do hospital.

E para isso precisará montar a sua equipe e então constituir um grupo hospitalar.

Mas, ao receber esse convite,o médico profissional precisa ter um CNPJ. 

Portanto, quem tem intenções de atuar com um grupo hospitalar, ter um CNPJ – mesmo que não o utilize logo de imediato – torna-se estratégico e um investimento.

Pois ao  receber a proposta, se você tiver um CNPJ, você estará preparado para assumir a responsabilidade imediatamente e coordenar a equipe no plantão – sem perder tempo e até a oportunidade com burocracias.

3. Construa um bom networking

Mesmo que você seja uma pessoa introvertida, relacionamento é tudo. 

É importante fazer contatos com colegas, professores e outros profissionais da saúde que passarem pela sua vida, tanto na faculdade como na residência médica.

Isso porque, assim como em muitas outras profissões, uma indicação de confiança pode valer mais do que um currículo bem recheado ou uma assinatura do Linkedin premium.

Frequente happy hours e encontros com os colegas, a fim de que possa compartilhar seus interesses e ser lembrado. 

O Médico Pediatra Diogo Meireles, cliente da MedAssist, recomenda que os novatos mantenham contato com os veteranos da faculdade, que podem fornecer indicações de empresas confiáveis. 

“O networking é fundamental ao longo da carreira, mas especialmente no início, porque existem alguns riscos neste começo”, destaca. 

“Prefira empresas menores, que são mais pessoais, tratam melhor o médico e cumprem com os combinados”, explica.

4. Participe de grupos de médicos

Na esteira da manutenção de vínculos e de relacionamentos, participe de grupos de Whatsapp e Telegram com outros médicos, tanto da sua especialidade como de outras. 

Existem também alguns aplicativos populares entre os profissionais da saúde, na qual são divulgadas vagas e oportunidades de trabalho.

Inscreva-se nas newsletters e nos bancos de talentos dos sites dos hospitais e das instituições de saúde em que você gostaria de trabalhar — e fique de olho nas atualizações. 

Muitas vagas são divulgadas on-line. 

As primeiras oportunidades não vão cair do céu — conforme você e seu trabalho ficam reconhecidos, será mais fácil. 

Mas, assim como em qualquer outra profissão, o início pode ser difícil para qualquer um. 

5. Conheça os tipos de plantões

Como já deu para perceber, os plantões são uma das principais formas de ingresso no mercado de trabalho da medicina.

Os plantões médicos podem variar conforme a especialidade, a carga horária e o local de atuação.

Além dos mais tradicionais — em hospitais e clínicas médicas — , há algumas modalidades menos convencionais, mas igualmente válidas e rentáveis. 

Você pode atuar em pronto-socorro, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos serviços de SAMU. 

Além disso, pode fazer plantões em:

• Unidades prisionais;
• Empresas e indústrias;
• Eventos e shows – que costumam alocar uma equipe médica para eventuais emergências;
• Área da medicina ocupacional.

Há, ainda, a possibilidade de prestar plantão via telemedicina, geralmente para casos clínicos leves, e em hospitais de campanha, que envolvem situações de emergência sanitária.

6. Defina seus objetivos

Mais do que sair procurando possibilidades de plantões, é preciso que você defina seus objetivos como médico formado.

Se você quer ser especialista, deverá priorizar uma residência médica. 

Não é impossível conciliar os plantões da residência médica com plantões como clínico geral, mas prepare-se, pois será puxado!

No entanto, se, neste momento, você prefere juntar algum dinheiro fazendo plantões como clínico geral, está tudo bem.

Para facilitar esse processo de busca e escolha das melhores oportunidades, sugerimos que você defina:

• Vou fazer plantão como especialista, depois da residência médica, ou imediatamente após a formatura, como clínico geral?
• Vou fazer plantão em um hospital só ou mais de um? Tenho alguma preferência, algum hospital favorito?
• Quero fazer isso por vários meses — ou até anos — ou só por um período, para conseguir uma renda extra?
• Qual é meu objetivo: tornar-me plantonista em longo prazo ou só adquirir experiência na atuação médica?

Esses detalhes fazem muita diferença no momento de avaliar as possibilidades — e também para saber exatamente onde procurar as vagas. 

Além disso, se você expuser seus objetivos de forma clara aos colegas com quem estiver em contato, fica mais fácil para que eles possam fazer indicações.

Lembre-se de que uma residência médica pode abrir mais portas – afinal, você vai conhecer mais pessoas. 

Além disso, os plantonistas especialistas costumam ganhar remunerações mais altas.

Então, se você não tiver pressa em juntar dinheiro, pode valer a pena aguardar mais um pouco e investir em uma residência médica. 

7. Mantenha-se sempre atualizado

Engane-se quem pensa que, depois dos anos de faculdade de Medicina e de residência médica, o trabalho está terminado.

A Medicina é uma área que exige constante atualização.

Cursos, congressos, simpósios, jornadas… Tudo isso faz parte da vida profissional do médico. 

Com a constante evolução tecnológica, o médico que não procurar se atualizar certamente vai ficar para trás.

8. Adquira experiência prática

Adquirir experiência prática é um desafio, principalmente no início, mas existem várias formas de facilitar essa transição e de se destacar no mercado. 

Procure fazer estágios durante a faculdade – especialmente aqueles que envolvem atuação em emergências, pronto-socorros e unidades de terapia intensiva.

Assim, você já vai estar mais preparado para a rotina avassaladora dos plantões.

Programas de extensão universitária e ações voluntárias em comunidades carentes ou ambulatórios podem proporcionar experiências práticas valiosas.

Além disso, mesmo que você não pretenda se especializar imediatamente depois da faculdade, algumas instituições contratam médicos recém-formados para atuarem em emergências, maternidades e enfermarias com supervisão.

Cooperativas médicas e empresas que gerenciam plantões hospitalares são uma boa porta de entrada para plantonistas recém-formados.

Ah! Para adquirir experiência, considere trabalhar em cidades menores ou em unidades afastadas, nas quais a demanda por médicos pode ser maior.

O que esperar do primeiro plantão?

O primeiro plantão médico costuma despertar uma mistura de ansiedade e empolgação. 

Isso porque a responsabilidade pode parecer esmagadora no início — tente focar, porém, na oportunidade que você terá de finalmente aplicar na prática o conhecimento adquirido ao longo da formação! 

Na maioria dos casos, médicos recém-formados atuam sob a supervisão de profissionais mais experientes. 

Essa interação permite aprendizado contínuo, troca de conhecimento e a chance de esclarecer dúvidas diretamente no ambiente clínico. 

O ritmo do plantão exige tomadas de decisão ágeis e eficientes. 

Embora desafiador, esse cenário contribui para o desenvolvimento do raciocínio rápido e da habilidade de lidar com situações críticas com segurança.

Independentemente do local de atuação — seja em uma emergência, em um pronto-socorro ou em outro setor— adaptar-se ao ambiente de trabalho é essencial.

Isso inclui conhecer protocolos, sistemas operacionais e dinâmicas internas, além de construir uma boa relação com a equipe.

Pronto para os plantões que estão por vir?

Conseguir o primeiro plantão médico exige mais do que vontade. 

Ter um CNPJ, manter-se atualizado, ampliar a rede de contatos e buscar oportunidades em diferentes setores são passos fundamentais para se destacar no mercado.

Além disso, é essencial definir seus objetivos em longo prazo: você pretende atuar como plantonista temporariamente ou deseja consolidar a carreira nessa área? 

Independentemente da escolha, dedicação e aprendizado contínuo serão grandes aliados nessa trajetória.

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