Médico Plantonista: tipos de contratação, escalas e salário
Para muitos médicos, o plantão é mais do que uma rotina:
É uma oportunidade de ganhar experiência e gerar uma renda de maneira rápida.
Trabalhar em plantões significa estar na linha de frente, lidando com emergências e garantindo que o atendimento não pare — seja no meio da madrugada (sacrificando horas de sono) ou em dias de alta demanda.
Neste texto, exploramos as principais questões que envolvem a vida de um médico plantonista:
Quanto você pode ganhar, os desafios da rotina e por que essa é uma opção tão buscada por muitos profissionais da saúde.
Como ser um médico plantonista?
Os médicos plantonistas podem ser divididos em dois grupos: com e sem residência médica.
Após se formar em medicina, não é preciso realizar especialização médica para trabalhar em plantão.
Nesse caso, a atuação é mais generalista e focada na saúde da família.
O plantonista generalista atenderá pacientes que chegam ao pronto socorro, mas será preciso encaminhar o caso a depender da necessidade.
Vamos para alguns exemplos:
Exemplo de atendimento feito somente pelo médico generalista:
Um paciente que chega com uma gripe forte ou uma crise de pressão alta poderá ser atendido pelo médico generalista sem problemas, afinal, o conhecimento adquirido ao longo dos 6 anos de graduação é suficiente para lidar com esses casos.
Exemplo de atendimento feito com encaminhamento:
Ao atender um paciente com múltiplas fraturas expostas, o médico plantonista terá que encaminhar os cuidados para um ortopedista de plantão, que é especializado na saúde dos ossos e estruturas ligamentares.
O segundo grupo é composto de médicos com especialização, ou seja, fizeram residência médica para dar os plantões.
Essa é a formação adicional necessária para lidar com casos mais complexos.
Portanto, tudo vai depender das suas prioridades e também de quais são seus projetos futuros.
Como os plantonistas são contratados?
Para se tornar um plantonista é preciso ser selecionado por uma instituição de saúde, certo?
A contratação pode ser feita pelo regime CLT ou PJ.
Contratação CLT
O médico se torna funcionário registrado e terá direito a férias, recolhimento de FGTS, seguro desemprego e décimo terceiro salário, além de eventuais benefícios como vale alimentação e vale transporte.
Porém, se assim como a maioria dos médicos, você busca os plantões como uma etapa temporária em sua carreira e principalmente para levantar uma renda extra mais rápido, a contratação CLT pode não ser a melhor opção.
Primeiro porque você ficará “amarrado” e assim que decidir sair, será mais difícil se desvincular.
Segundo porque a vida de um médico plantonista é altamente cansativa – e você não poderá simplesmente escolher quando e qual plantão pegar.
Contratação PJ
A opção mais comum no mercado atual.
Os plantonistas que possuem CNPJ recebem por plantão e precisam emitir notas fiscais sobre os serviços prestados.
Neste modelo, não há vínculo empregatício e o médico trabalha por demanda, ou seja, ganha pelas horas efetivamente trabalhadas.
Pode parecer desvantajoso ser PJ, mas a realidade está longe de ser assim.
Médicos com CNPJ têm mais flexibilidade para atuar em diferentes locais e pagam menos impostos que médicos CLT ou autônomos.
Como conseguir plantões médicos?
A tecnologia facilitou muito a vida dos médicos plantonistas.
Existem diversos grupos de WhatsApp e Telegram onde médicos divulgam sua disponibilidade para plantões, e gestores de instituições de saúde divulgam oportunidades de trabalho.
No universo da medicina o networking é muito forte, por isso, é recomendável que você se insira nesses ambientes digitais, seja para divulgar seus serviços ou conhecer melhor as opções de trabalho disponíveis na sua localidade.
Outra maneira é fazer parte de grupos hospitalares que muitas vezes podem pegar plantões médicos por indicações.
Saiba mais: Como conseguir plantão médico: 8 dicas para começar
Principais especialidades que compõem um plantão médico
Anteriormente, mencionamos os médicos que atuam em plantões de acordo com a sua especialidade.
Importante mencionar também que, geralmente, médicos que atuam com especialidade em plantões são mais bem pagos que os generalistas.
Abaixo, listamos as especialidades mais comuns e demandadas pelo mercado. Confira:
Clínico Geral
Faz diagnósticos iniciais e tratamentos de diversas condições.
Em casos mais especializados, este profissional costuma ser o primeiro ponto de contato.
Cardiologista
Executa o diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas, e é uma figura essencial em emergências envolvendo problemas cardiovasculares, como ataques cardíacos e crises de arritmia.
Cirurgião Geral
O cirurgião geral é habilitado para realizar diversos procedimentos e é uma figura essencial em casos onde o paciente precisa de cuidados mais amplos, como ao sofrer com hemorragias internas causadas por um acidente automobilístico.
Neurologista
Os neurologistas cuidam de doenças e emergências que afetam o sistema nervoso, sendo fundamental em casos de AVC e outras emergências neurológicas.
Ortopedia e Traumatologia
São os profissionais responsáveis por tratar lesões musculares e esqueléticas, e desempenham um papel-chave ao atender acidentes e traumas.
Pediatra
Crianças também sofrem acidentes e lesões que precisam de cuidados específicos.
O pediatra pode atuar tanto de forma generalista em um pronto socorro infantil quanto pode ser subespecializado em outras áreas (ex: ortopedia pediátrica).
Anestesiologista
Em casos cirúrgicos, é indispensável a utilização de anestesia, porém, o uso das substâncias anestésicas e o acompanhamento da sedação é algo que fica somente a cargo do anestesiologista.
Veja também: Equiparação Hospitalar para Anestesistas: como economizar em impostos
Clínica Médica
Diferente do clínico geral, os médicos dessa especialidade costumam atuar em contextos hospitalares, focando em diagnósticos e tratamento de doenças complexas.
Intensivistas
São médicos especialistas em cuidados críticos, atuando em unidades de terapia intensiva (UTIs), gerenciando pacientes em estado grave que necessitam de monitoramento contínuo.
Veja também: Equiparação Hospitalar para Intensivistas: saiba como pagar menos impostos
Quais são os tipos de plantão que o médico pode fazer?
O tipo de plantão mais conhecido é o de urgência e emergência, que é essencial para oferecer cuidados médicos no menor tempo possível.
Porém, essa não é a única modalidade para plantonistas.
Confira algumas a seguir:
Quantos plantões um médico pode fazer?
Segundo o CFM e os CRMs – conselhos da classe médica – não existe um limite máximo para a quantidade de plantões realizados em um mês de trabalho.
Entretanto, existem regras quanto ao tempo de trabalho.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) não permite que médicos realizem plantões com mais de 24 horas de duração.
Além disso, é preciso respeitar regras quanto ao descanso médico.
A CLT determina um descanso mínimo de 11 horas entre 2 jornadas de trabalho.
A regra não se aplica aos plantonistas com CNPJ, entretanto, é importante reforçar a recomendação do CFM.
Segundo o órgão, médicos não devem ultrapassar 60 horas semanais de trabalho – incluindo plantões – para evitar fadiga excessiva, que pode comprometer a qualidade do atendimento.
Se você quer ser plantonista, vale destacar que quando falamos de plantões de 24 horas, isso não significa que o profissional passa um dia inteiro trabalhando sem parar.
É permitido um intervalo de 1 a 2 horas a cada 6 horas trabalhadas.
Além disso, o médico pode descansar nos períodos de ociosidade dos plantões.
Por fim, vale dizer que o modelo mais utilizado pelos plantonistas é a escala 12/36, na qual trabalha-se por 12 horas seguidas, com 36 horas de descanso.
Nessa lógica, é possível realizar até 4 plantões semanais, totalizando 16 plantões em um mês.
Veja também: Escala de plantão médico: Passo a passo e regras essenciais
Como funciona a escala de plantão médico?
Como dito acima, a escala mais comum é a 12/36.
São doze horas de atividade para 36 horas (um dia e meio) de descanso.
Algumas instituições adotam o modelo 24/28, na qual se atinge o limite máximo de horas de plantão, mas se estende o descanso para 2 dias inteiros.
Quem monta as escalas?
Isso depende da hierarquia da instituição e da atribuição de tarefas.
Em alguns locais, o chefe da equipe de plantonistas é quem cuida dessa demanda, mas ela também pode ficar sob responsabilidade de profissionais como:
- O gestor da unidade de saúde.
- Um time multidisciplinar que envolve médicos e pessoas do setor de recursos humanos;
- O médico mais experiente do time;
- No caso de grupos hospitalares, os próprios sócios administrativos montam as escalas ou contratam uma pessoa só para isso, que seria o “escalista”.
O que acontece se eu não cumprir as minhas horas de escala?
Neste caso, o médico pode ser acusado de abandono de função e negligência médica.
De acordo com o Código de Ética Médica, é vedado ao médico abandonar o plantão sem a devida substituição, salvo por justo impedimento.
O não comparecimento sem aviso prévio pode ser considerado falta grave e, dependendo da situação, o médico pode ser responsabilizado eticamente e até mesmo disciplinarmente.
Em caso de médico plantonista CLT, a ausência pode gerar demissão com justa causa.
Como evitar problemas na minha escala?
Primeiro você precisa ser transparente quanto à sua disponibilidade.
Não adianta se voluntariar para pegar vários plantões se você não tem o tempo necessário para realizar o trabalho da forma correta.
Além disso, é importante conversar com os formuladores de escala e expor suas limitações e necessidades, a fim de evitar constrangimentos.
Exemplo: Imagine que você precisa ir ao casamento do seu irmão, mas não pretende avisar ninguém.
Na semana da festa, você percebe que foi escalado para cobrir justamente o dia da cerimônia e agora precisa informar sua indisponibilidade, quando a escala já está toda montada.
Esse exemplo demonstra que a falta de clareza com horários pode gerar constrangimentos e problemas não só para você mas também para os colegas.
Na mídia há o relato de vários casos, inclusive denominados como esquemas criminosos, de médicos que não comparecem ao plantão, mas ainda assim recebem por ele.
Como a chamada Operação Jaleco Fantasma, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2024.
Segundo o Portal UOL, o caso aconteceu em um hospital público em Macapá, no Amapá. Os Médicos recebiam R$24 mil por mês por plantões não feitos.
Como penalidade, os investigados podem responder por ao menos três crimes e se condenados, podem pegar penas que chegam a 25 anos de prisão, multa e perda do cargo.
Claro que esse é apenas um exemplo, no entanto o não cumprimento do plantão pode sim, acarretar em muitos problemas. Então, evite ao máximo!
Quanto um médico ganha por plantão?
A remuneração dos médicos plantonistas pode variar bastante de acordo com fatores como:
- Especialidade médica;
- Local de trabalho;
- Carga horária;
Em geral, os valores variam entre R$1.000 e R$2.000 em plantões de 24h, sendo que especialidades com maior responsabilidade – como anestesiologia e ortopedia- podem receber pagamentos mais altos.
Naturalmente, a duração do tempo de trabalho também vai modificar os valores.
Plantões mais longos recebem uma remuneração mais alta por hora.
A diferença entre instituições privadas e públicas também é significativa.
Médicos atuando em unidades de saúde privadas tendem a receber mais do que aqueles que trabalham no setor público.
Veja também este estudo com valores por estado: Quanto um médico ganha por plantão? Valores Atualizados
Responsabilidade e dinheiro na mão
Agora que você já está por dentro das particularidades do plantão médico e sabe mais detalhes sobre a rotina dos médicos plantonistas, nós temos 2 convites para fazer.
O primeiro é bem simples e não custa um centavo sequer.
Basta preencher o formulário no final desta página para se tornar um assinante da nossa newsletter.
Quem assina fica por dentro de dicas de contabilidade para médicos, informações úteis para rotina de trabalho e diversos outros temas que podem ajudar você no dia a dia.
O segundo convite é para você que é médico e pretende manter o equilíbrio financeiro na sua profissão.
A MedAssist é uma empresa especializada na contabilidade para profissionais da saúde e já ajudou mais de 6.000 médicos na redução de carga tributária, escolha do melhor regime de trabalho e formalização de sociedades médicas.
Nossa equipe oferece para você uma assistência completa para otimizar a gestão financeira da sua atividade e, claro, manter tudo em ordem junto à Receita Federal.