Residência médica: duração, salário, residências mais e menos procuradas
Como funciona a residência médica, quais especialidades existem, qual escolher… são dúvidas muito comuns que pairam na mente de todo médico nessa etapa da vida.
Porém, esse momento de angústia pode ser transformado em uma fase de muito conhecimento e profissionalização quando todas essas dúvidas são sanadas.
Esse é o objetivo deste artigo que preparamos especialmente para você, médico que está prestes a iniciar sua residência médica.
Acompanhe com a gente que te ajudaremos a encarar com mais facilidade esse processo.
Boa leitura!
O que é residência médica?
De forma bem simples, a residência médica é um dos caminhos de especialização para médicos.
Ou seja, para todo médico que deseja receber o título de especialista de maneira imediata (sem necessidade de prova de título), o único caminho possível é realizar uma residência médica na área que deseja ou mais se identifica.
Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), uma residência médica pode ser definida como:
“Uma modalidade de ensino de pós-graduação destinada a médicos. Quando cumprida integralmente, dentro de determinada especialidade, confere ao médico-residente o título de especialista”.
Os cursos de residência médica, que também são conhecidos como “programa”, são gerenciados pelo Ministério da Educação (MEC) e seu regimento é coordenado pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
Como funciona uma residência médica?
A residência médica, assim como tantas outras pós-graduações das mais distintas áreas de conhecimento, necessita ser ingressada por meio de um processo seletivo.
Segundo o MEC, em 2021, 973 instituições foram credenciadas no ministério, ofertando 7.178 programas com cerca de 67 mil vagas para residência médica no Brasil.
Porém, para conquistar uma vaga nas instituições mais procuradas e desejadas, a concorrência é muito alta.
No processo seletivo de residência médica da Unicamp 2021 para o curso de ginecologia, por exemplo, houve um total de 363 candidatos inscritos, porém, apenas 13 vagas estavam disponíveis.
Isso significa que para cada vaga havia 28 concorrentes.
Ou seja, é preciso estudo e dedicação antes mesmo de iniciar na residência médica.
Ao longo do curso, o residente terá aulas com professores médicos com alta qualificação profissional e ética.
Eles compartilharão, claro, conhecimentos técnicos em torno da especialização escolhida, mas também de atuação prática e de experiências vividas ao longo da carreira.
Qual a duração da residência médica?
De acordo com o artigo 5°, da Lei N° 6.932, os programas dos cursos de residência médica devem respeitar o máximo de 60 horas semanais, neIas incluídas um máximo de 24 horas de plantão.
A lei ainda prevê descanso obrigatório de 6 horas a cada plantão de 12h, de ao menos 1 dia de folga por semana, como também de 30 dias consecutivos de folga por ano de atividade.
É interessante ressaltarmos também que durante a residência, o médico formado já pode exercer sua profissão em plantões, ter a sua inscrição no CRM, como também atuar como Pessoa Jurídica (PJ).
Para a abertura e mantimento de uma empresa médica, porém, além das questões técnicas de atuação como especialista, também é necessária a gerência das questões contábeis, o que sabemos que podem gerar grandes dores de cabeça.
Por isso, para você se preocupar apenas com a sua atuação como profissional de medicina, contar com empresas especializadas no auxílio contábil, como a MedAssist, é um grande facilitador no seu cotidiano, como também no longo prazo.
Tipos de residências médicas
Um ponto importante a ser apresentado é que alguns programas de residência médica, para além do processo seletivo, também exigem dos candidatos algumas obrigações de conhecimento e formação para serem aceitos.
Assim, os programas são divididos em dois grandes grupos:
- Com acesso direto;
- Com pré-requisito.
1. Especialidades de acesso direto
Nos cursos de acesso direto, para o aceite do médico no programa de especialização, a única exigência é a sua formação geral em medicina.
Ou seja, nesses programas, não são necessárias nenhuma experiência ou especialidade prévia, tampouco tempo de formação.
Algumas destas especializações são consideradas formações de áreas básicas (cirurgia geral, clínica médica, ginecologia), sendo possível realizar outras subespecializações em uma segunda residência.
Outros programas de acesso direto, porém, são mais específicos, tais como neurocirurgia, ortopedia e oftalmologia.
Nessa categoria também estão as especializações voltadas a diagnóstico e terapias, como medicina nuclear, patologia e radiologia.
Abaixo, separamos uma tabela com todas as especializações com acesso direto e o seu respectivo tempo de duração, de acordo com a Resolução CNRM n° 2/2006:
Especialização | Tempo de duração |
Acupuntura | 2 anos |
Anestesiologia | 3 anos |
Clínica Médica | 2 anos |
Cirurgia Geral | 2 a 3 anos (o último ano é opcional) |
Dermatologia | 3 anos |
Genética Médica | 3 anos |
Ginecologia e Obstetrícia | 3 anos |
Homeopatia | 2 anos |
Infectologia | 3 anos |
Medicina de Família e Comunidade | 2 anos |
Medicina de Emergência | 3 anos |
Medicina do Trabalho | 2 anos |
Medicina do Tráfego | 2 anos |
Medicina Esportiva | 3 anos |
Medicina Física e Reabilitação | 3 anos |
Medicina Legal | 2 anos |
Medicina Nuclear | 3 anos |
Medicina Preventiva e Social | 2 anos |
Neurocirurgia | 5 anos |
Neurologia | 3 anos |
Oftalmologia | 3 anos |
Ortopedia e Traumatologia | 3 anos |
Otorrinolaringologia | 3 anos |
Patologia | 3 anos |
Patologia Clínica/Medicina Laboratorial | 3 anos |
Pediatria | 2 anos |
Psiquiatria | 3 anos |
Radiologia e Diagnóstico por Imagem | 3 anos |
Radioterapia | 3 anos |
2. Especialidades com pré-requisito
Os programas com pré-requisitos, como o nome sugere, obriga o médico residente a possuir alguma especialização para poder ingressar na residência escolhida.
Cada programa pode exigir uma especialidade específica, em geral, de formação básica, que mencionamos a pouco.
É muito comum que as especializações de clínica médica ou cirurgia geral sejam requisitadas para estes fins.
Separamos também abaixo uma tabela com estes cursos, pré-requisito e durações:
Especialidade | Pré-requisito | Duração |
Cancerologia clínica | Clínica Médica (3 anos) | 3 anos |
Cardiologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Endocrinologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Gastroenterologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Geriatria | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Hematologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Medicina intensiva | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Nefrologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Pneumologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Reumatologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Angiologia e cirurgia vascular | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Cancerologia cirúrgica | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Cirurgia da mão | Ortopedia ou Cirurgia Plástica (3 anos) | 2 anos |
Cirurgia de cabeça e pescoço | Ortopedia ou Cirurgia Plástica (3 anos) | 2 anos |
Cirurgia do aparelho digestivo | Cirurgia Geral (3 anos) | 2 anos |
Cirurgia pediátrica | Cirurgia Geral (3 anos) | 3 anos |
Cirurgia plástica | Cirurgia Geral (3 anos) | 3 anos |
Cirurgia torácica | Cirurgia Geral (3 anos) | 2 anos |
Coloproctologia | Cirurgia Geral (3 anos) | 2 anos |
Mastologia | Cirurgia Geral ou G.O. (3 anos) | 2 anos |
Medicina intensiva | Clínica Médica (3 anos) | 2 anos |
Urologia | Cirurgia Geral (3 anos) | 3 anos |
Lista de residências médicas
Entre residências médicas de acesso direto ou que necessitam de pré-requisitos, a resolução Resolução 2.221/2018 do CFM identifica 55 tipos de especializações médicas, que listamos abaixo:
- Acupuntura
- Alergia e imunologia
- Anestesiologia
- Angiologia
- Cardiologia
- Cirurgia cardiovascular
- Cirurgia da mão
- Cirurgia de cabeça e pescoço
- Cirurgia do aparelho digestivo
- Cirurgia geral
- Cirurgia oncológica
- Cirurgia pediátrica
- Cirurgia plástica
- Cirurgia torácica
- Cirurgia vascular
- Clínica médica
- Coloproctologia
- Dermatologia
- Endocrinologia e metabologia
- Endoscopia
- Gastroenterologia
- Genética médica
- Geriatria
- Ginecologia e obstetrícia
- Hematologia e hemoterapia
- Homeopatia
- Infectologia
- Mastologia
- Medicina de emergência
- Medicina de família e comunidade
- Medicina do trabalho
- Medicina de tráfego
- Medicina esportiva
- Medicina física e reabilitação
- Medicina intensiva
- Medicina legal e perícia médica
- Medicina nuclear
- Medicina preventiva e social
- Nefrologia
- Neurocirurgia
- Neurologia
- Nutrologia
- Oftalmologia
- Oncologia clínica
- Ortopedia e traumatologia
- Otorrinolaringologia
- Patologia
- Patologia clínica/medicina laboratorial
- Pediatria
- Pneumologia
- Psiquiatria
- Radiologia e diagnóstico por imagem
- Radioterapia
- Reumatologia
- Urologia
Qual é o salário de uma residência médica?
De acordo com o Portaria do MEC e Ministério da saúde, é assegurado ao médico-residente uma bolsa no valor de R$ 4.106,09, em regime especial de treinamento em serviço de 60 horas semanais.
Ainda, esse valor pode ser objeto de revisão anual.
Portanto, o valor citado acima é a base de 2022.
Por outro lado, nada impede que as instituições paguem um valor acima do obrigatório por lei como forma de incentivo à adesão ao seu programa de residência.
Outro ponto de atenção é em relação à filiação do residente ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o qual a contribuição previdenciária gira em torno de 11% da bolsa médica de residência.
Quais são as especialidades mais procuradas?
A pesquisa Demografia Médica no Brasil 2020 (DMB 2020), realizada pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria ao CFM, revelou quais especialidades são as mais procuradas por médicos em todo o território nacional.
De acordo com os dados apresentados, as 4 especialidades mais procuradas por médicos brasileiros concentram quase 40% do total de especialistas em todo o país.
Veja abaixo as 10 mais procuradas:
Especialidade | Percentual do total de especialistas |
Clínica Médica | 11,3 |
Pediatria | 10,1 |
Cirurgia Geral | 8,9 |
Ginecologia e Obstetrícia | 7,7 |
Anestesiologia | 5,9 |
Medicina do Trabalho | 4,6 |
Ortopedia e Traumatologia | 4,1 |
Cardiologia | 4,1 |
Oftalmologia | 3,6 |
Radiologia e Diagnóstico por Imagem | 3,3 |
Quais as especialidades menos procuradas?
Nessa mesma pesquisa, também é possível identificar, dentre as 55 especialidades reconhecidas pelo CFM, as menos procuradas por médicos para suas residências.
São dados que em um primeiro momento podem demonstrar um desinteresse por parte dos profissionais de medicina.
Porém, por outro lado, também demonstra menor concorrência e um mercado menos disputado.
Abaixo, separamos as 5 especialidades menos procuradas, de acordo DMB 2020, em ordem decrescente:
Especialidade | Percentual do total de especialistas |
Medicina Física e Reabilitação | 0,2 |
Cirurgia da Mão | 0,2 |
Medicina Esportiva | 0,2 |
Radioterapia | 0,2 |
Genética Médica | 0,1 |
Número de vagas de residência médica no Brasil
Assim como os grandes vestibulares do país, os programas de residência médica também são extremamente concorridos.
Apesar disso, o Brasil vem expandindo o número de vagas de residência médica.
Segundo a Pesquisa Demografia Médica do Brasil (PDMB 2020), o país contou com um aumento de 81% no número de programas de residência no período de 2010 a 2019.
O número passou de 9.563 para 17.350 estudantes no primeiro período dos cursos, conhecido como R1.
Para 2024, diversos processos seletivos acontecerão em todo o país e para você se preparar para os mais concorridos, ou mais desejados, o site Estratégia Med preparou um artigo com uma relação completa de candidatos/vagas.
5 vantagens da residência médica
Não há dúvidas que uma especialização médica apresenta benefícios ao profissional.
Quanto mais específico for sua atuação, mais direcionado será o seu público, o que lhe garante melhores estratégias de remuneração e estabilidade.
Para sermos mais específicos, separamos as 5 principais vantagens de realizar uma residência médica:
1. Ser reconhecido(a) no mercado
Se você é médico, sabe que possuir uma especialização, para além da conferência de conhecimento técnico, lhe proporciona também certo status no mercado médico.
A residência médica é uma pós-graduação muito bem vista dentro da área.
Sendo assim, seu perfil ganha destaque diante de processos disputados, como vagas em organizações conceituadas ou então em concursos públicos.
Mesmo em atuação por conta própria, em clínicas ou consultórios médicos, a especialização também lhe confere maior visibilidade.
Isso porque, mesmo entre o público geral, ser um médico especialista lhe dá maior autoridade diante do assunto.
2. Remuneração durante a residência
Como mencionamos anteriormente, a partir de 1º de janeiro de 2022, os médicos residentes que estão no primeiro ano de residência médica, passaram a ter direito a uma bolsa-auxílio no valor de R$4.106,90.
Isso significa que, ao contrário da graduação em medicina, na qual diversas faculdades exigem mensalidades exorbitantes, na residência você não terá custos diretos por cursá-la, mas sim, terá um incentivo financeiro para a sua conclusão.
A ideia é que essa bolsa cedida ao médico-residente o ajude em custos como transporte, alimentação e materiais.
Dessa forma, é possível dedicar-se integralmente ao exercício da sua residência.
É um valor que pode variar de ano para ano, mas que está garantido durante todo o período de duração do programa.
3. Treinamento supervisionado
Um dos focos e objetivos da residência médica é a aplicação prática dos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso.
Isso significa que o médico-residente terá treinamento em serviço, sendo supervisionado por especialistas experientes.
Isso lhe confere um alto grau de excelência e qualidade no ganho das experiências nesse período.
Dessa forma, o médico poderá atuar de forma autônoma com mais segurança e com melhor capacitação para atendimento ao público.
4. Férias anuais garantidas
Outro ponto estabelecido na lei n° 6.932, é a garantia de férias a cada ano de residência.
Isso porque, para além de apenas um curso, a residência também é conferida como um trabalho.
Portanto, assim como todo o trabalho regulamentado, também lhe é garantido licença maternidade e paternidade, sem prejuízo à sua formação final.
5. Maior possibilidade de progressão de carreira
Como comentamos anteriormente, a especialização projeta maior autoridade ao médico especialista, em comparação ao generalista, seja no meio médico ou perante o público geral.
Afinal, a formação na residência médica é atualmente a única forma de ter um RQE (Registro de Qualificação de Especialidade).
E assim como na graduação, estar inserido no meio enquanto estuda proporciona uma maior rede de contatos, titularização e desenvolvimento pessoal e profissional em comparação a estar “parado” na profissão.
Saiba mais: 7 Direitos do Médico Residente (2024)
Como é a rotina da residência médica?
A residência é uma forma de pós-graduação, mas focada essencialmente no exercício prático da profissão.
A duração varia conforme o programa escolhido, podendo ser de 2 a 5 anos.
Nesse período, o médico-residente trabalha em hospitais para realizar o atendimento ao público de maneira direta, como forma de aplicação do seu treinamento prático.
Ou seja, o profissional irá diagnosticar, gerenciar e tratar das condições de saúde conforme sua escolha de programa.
Tudo isso sob supervisão de médicos especialistas mais experientes, ganhando mais responsabilidades conforme vão ganhando experiência.
Nesse processo, passam a solicitar e analisar exames diagnósticos, realizar procedimentos e registros médicos, além de realizar rondas, verificando a condição de saúde de cada paciente.
Em consultórios e ambulatórios, médicos-residentes atuam diretamente em exames e tratamentos em conjunto a outros profissionais da saúde.
Dessa forma, ganham notoriedade, experiência e prática no exercício clínico da sua profissão antes de atuarem por conta.
Como escolher a residência médica? 6 pontos a serem avaliados
Mas, afinal, diante das 55 opções de residência médica reconhecidas pelo CFM, qual escolher?
Pensando na efetiva prática do exercício do seu trabalho, alguns pontos devem ser considerados na hora de escolher qual residência médica seguir e de forma consciente.
Abaixo, separamos os 6 principais pontos a serem analisados.
Confira!
1. Qual perfil de paciente que deseja atender?
Esse talvez seja o principal ponto a ser analisado, afinal, a medicina em si visa, acima de tudo, cuidar das pessoas.
Diante deste fato indiscutível, é importante pensar a quem deseja prestar o seu trabalho de cuidar, visto que o perfil de paciente pode mudar drasticamente de uma especialização para outra.
Além disso, o cuidado com os pacientes vai além do próprio paciente e alcança o seu ciclo social. Um pediatra, por exemplo, cuida de crianças, mas lida com pais preocupados e ansiosos.
Por isso, considere este aspecto também. Ele será fundamental na sua realização profissional.
2. Qual seu objetivo financeiro?
Embora não haja dados concretos sobre isso, é de conhecimento coletivo que certas especialidades possuem um ganho inicial maior que outras, a depender da escassez e grau de dificuldade nos procedimentos médicos.
Realizar um planejamento financeiro é importante para entender qual a realidade da especialização desejada por você, visto que a sua demanda financeira precisa conversar com a sua profissão.
Porém, é sabido também que uma projeção de carreira com maiores ganhos não depende apenas de especialização.
Depende também de empenho e dedicação ao que faz, algo que caminha junto com a realização por gostar da sua profissão.
3. Onde deseja morar/atuar?
A dinâmica do mercado é brutal.
Falamos isso porque nem sempre o que você deseja fazer terá disponibilidade na sua região.
Ou então, pode haver uma oferta muito grande da sua especialização nesse mesmo local, o que dificulta a sua progressão de carreira.
Por isso, tenha em vista a cidade a qual deseja morar e/ou atuar, e entenda a sua realidade. Isso será importante para o estabelecimento da sua carreira médica.
4. Equilibre o gostar com o seu dia-a-dia
Essa é uma decisão delicada, pois está estritamente ligada com o que nos identificamos.
Por vezes, um assunto te chama atenção na faculdade e você deseja muito aprender sobre, porém, no seu dia-a-dia, ele é aplicável?
Essa é uma variável que impactará diretamente no seu trabalho diário. Por isso, é válido pensar no equilíbrio entre gostos e realidade.
5. Qual rotina deseja encarar?
Afinal, sua especialização também tangará diretamente o seu cotidiano e isso impactará diretamente a sua vida pessoal.
Para isso, considere pontos como:
- Flexibilidade de horários;
- Agendas;
- Imprevisibilidade de sobreavisos;
- Preferência de trabalho em clínica ou ambulatório.
6. Qual o reconhecimento profissional que deseja ter?
Sabemos que a profissão médica confere, sim, certo status social.
Muitas pessoas escolhem cursar medicina justamente devido a este aspecto.
Porém, é importante entender que algumas especializações atuam mais nos “bastidores” de procedimentos médicos.
Inevitavelmente, serão menos lembrados pelos pacientes e sociedade no geral, embora nem de longe diminua sua importância ou relevância em um procedimento clínico.
Porém, é importante pensar o quanto isso tem de peso para você na hora de escolher a sua residência.
Perguntas frequentes sobre Residência Médica
Qual a diferença de residência médica e especialização?
Na especialização, acontecem aulas de assuntos direcionados ao tema escolhido pelo aluno em uma periodicidade que pode variar entre semanal, quinzenal ou mensal.
A residência médica, por sua vez, possui uma carga horária de 60 horas semanais, ou seja, é mais intensa e longa, além de apenas médicos-residentes poderem conquistar a titulação.
Médico sem residência pode trabalhar?
Sim, médico sem residência pode trabalhar.
Os médicos podem apenas cursar a graduação em medicina e tornarem-se médicos generalistas.
Porém, é preciso ter registro no CRM de seu estado, atuando, assim, como clínico geral ou de saúde da família.
Residência médica é obrigatória?
Não, residência médica não é obrigatória.
Porém, a grande maioria dos médicos brasileiros optam por fazê-la.
Isso porque aumenta sua probabilidade de projeção de carreira e consequente projeção salarial, visto a abertura de oportunidades que a residência proporciona.
A residência médica tem bolsa?
Sim, a residência médica tem bolsa.
Até 2021, de acordo com o artigo 4°, da lei n° 6.932, era assegurado a todo médico-residente uma bolsa de R$ 3.330,43.
No entanto, desde 1º de janeiro de 2022, os médicos residentes R1 – ou seja, que estão no primeiro ano de residência médica – têm direito a uma bolsa-auxílio no valor de R$4.106,90 mensais.
Esse valor é destinado aos custos do curso, como transporte, alimentação e materiais.
A residência médica tem auxílio-moradia?
Sim, o auxílio-moradia é um direito do médico durante o exercício da sua residência médica.
Embora um tanto negligenciada no Brasil, a lei n° 12.514/110 estabelece que a instituição de saúde responsável pelo programa de residência médica deve oferecer moradia ao médico-residente durante todo o período de residência, conforme estabelecido em regulamento.
A lei prevê ainda que também é de obrigação da instituição a garantia de alimentação e condições adequadas para repouso e higiene pessoal durante os plantões.
Além disso, essa lei não especifica qualquer outro critério para ter acesso a esses direitos.
Participar da residência médica é a única condição para isso, independente de estado de origem, condição financeira ou qualquer outro aspecto sócio-econômico.
A residência médica é um excelente caminho profissional
Afinal, sabemos o quão exaustiva pode ser a profissão médica. Porém, se especializar é sempre o melhor caminho para um retorno financeiro e pessoal satisfatório.
Apostar na realização de residência média pode ser um caminho custoso, mas que vale a pena.
Esperamos que com esse artigo possamos ter te ajudado a esclarecer dúvidas sobre o assunto.
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